sexta-feira, 15 de maio de 2009

Clique que vai além da banalidade

Cinthya Oliveira


O Twitter é a nova febre da Internet. Este miniblog, onde o usuário escreve textos de no máximo 140 caracteres, tem agregado adeptos e mais adeptos brasileiros nos últimos anos. Com seu sucesso, surgiu um desafio aos publicitários: como utilizar essa nova ferramenta digital a favor de seus clientes?

O assunto já é pauta para os planejamentos estratégicos desenvolvidos atualmente pela BHTec, agência especializada em mídia digital. De acordo com o diretor Comercial Márcio Augusto Miranda, alguns dos clientes da empresa já possuem seus canais de comunicação via Twitter. “Para o site GuiaBH, criamos um Twitter em que pontuamos algumas informações. Todos os dias, às 11h30, damos dicas de almoço. A pessoa clica no link e observa os detalhes do restaurante recomendado. Por enquanto, as dicas recebem 40 cliques por dia”, conta. Essas dicas podem ser acompanhadas por qualquer pessoa no endereço twitter.com/guiabh, mas somente os seguidores do site podem interagir. Atualmente, o site possui mais de 2 mil seguidores.

Outro cliente da agência para qual foi criado um canal no Twitter é o BH Shopping. “Nos dias que antecederam o Dia das Mães, nós dávamos dicas de presentes para as mamães”, diz Miranda.
Segundo ele, a entrada de uma empresa no Twitter se tornou imprescindível depois que a Rede Globo aderiu à novidade. “Ela criou canais de Twitter para cada programa jornalístico da rede”, explica. Grandes corporações internacionais também utilizam o miniblog, como a Philips, a Dell e a Microsoft.

Uma alternativa que tem sido estudada pelas agências para essa ferramenta é o patrocínio de Twitter de famosos. Quem começou essa história foi a agência paulistana I Think, idealizadora do patrocínio da Telefonica presente no miniblog de Marcelo Tas (jornalista do programa “CQC”, da Band), que possui mais de 58 mil seguidores.
Mas este assunto tem que ser estudado eticamente, segundo Miranda. “Tudo bem exibir a marca do patrocinador ao lado do miniblog. O que não pode é colocar postagens falsas, para agradar a empresa patrocinadora”.

De acordo com Alexandre Estanislau, sócio-diretor de Criação da Bolt Brasil Comunicação Digital, é preciso que as empresas percam o preconceito que ainda há sobre as mídias sociais (aquelas onde há redes sociais, como Orkut e Youtube). Afinal, esses sites representam muito mais do que puro entretenimento. “O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez uma transmissão da sua posse via X-Treme, uma ferramenta de veiculação de vídeo ao vivo”, comenta.

Estanislau diz ainda que, nos Estados Unidos, o Twitter já ganhou funções múltiplas. “As empresas de segurança têm utilizado isso. Se a casa do cliente é arrombada, a empresa entra em contato por meio desse miniblog”, conta o publicitário, que é usuário da nova ferramenta. “Para mim, o Twitter tem sido de grande utilidade. Hoje pela manhã, recebi um recado por esse site de que a Avenida do Contorno estava totalmente parada. Podia haver um Twitter da BHTrans, onde pudessem ter recados sobre congestionamento”.

Mas não basta ter boas ideias. É importante que os setores de comunicação das empresas estejam antenadas para a nova relação com clientes e usuários de seus produtos. “Antes a empresa anunciava seu produto como o melhor do mundo e cabia às pessoas acreditar naquilo ou não. Agora existem pessoas que falam mal de produtos na Internet em fóruns de discussão e sites de relacionamentos. A Web é hoje um boca-a-boca exponencial”, explica.

A solução para esse problema, segundo Estanislau, tem sido um monitoramento da mídia social na internet por parte das empresas. Hoje há profissionais especializados em navegar a internet para verificar a recepção de um produto ou uma marca e, a partir disso, criar novas estratégias.


Fonte: Jornal Hoje em Dia

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