domingo, 29 de março de 2009

Empresas brasileiras descobrem o Twitter

Serviço de microblogs começa a ser usado como ferramenta de marketing

Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090223/not_imp328605,0.php

No mercado brasileiro, o uso corporativo do Twitter ainda segue a linha experimental. Fiat, Telefônica (por meio do portal Terra) e Brastemp utilizaram microblogs em campanhas específicas. A rede varejista Wal-Mart criou uma conta como parte de sua estratégia de vendas online. Poucas empresas, como a construtora Tecnisa, adotaram a novidade como uma ferramenta permanente de marketing.

"Usamos para comunicar lançamentos e novidades", diz o diretor de marketing da Tecnisa, Romeo Busarello. O executivo admite, porém, que o público que acompanha a empresa no Twitter, de 300 pessoas, não é o mesmo que visita seus estandes de venda. "Tenho consciência de que não vou vender apartamento pelo Twitter."

Muitos dos "seguidores" da Tecnisa são blogueiros, publicitários e profissionais do mercado imobiliário, afirma Busarello. "O Twitter nos ajuda a formar opinião no mercado. Somos comentados junto a um público antenado." A empresa foi uma das primeiras a entrar no mundo virtual do Second Life, há dois anos. A experiência, porém, não rendeu frutos. Meses depois, a Tecnisa abandonou o Second Life - assim como várias outras empresas.

Para David Reck, diretor da agência especializada em mídia digital Enken, a grande diferença do Twitter para o Second Life é que a plataforma de microblogs não exige grandes investimentos das empresas. A linguagem de programação do mundo virtual obrigava as companhias a contratar técnicos de computação.

Segundo o especialista, o Twitter também traz um benefício imediato - e um dos poucos mensuráveis - para a empresa: a melhora no posicionamento em sites de busca como o Google. "O Twitter aumentou nosso tráfego na internet, a custo zero", diz Busarello.

No entanto, também há riscos na estratégia. Segundo David Reck, as empresas não podem perder de vista uma das premissas do Twitter - a de que um usuário só recebe mensagens das contas que autoriza. "Não convém seguir e ser seguido por pessoas sem uma conexão com o assunto ou setor abordados. Isso pode até prejudicar a marca."

A jornalista Bia Granja, de 28 anos, usuária há dois anos, tem uma das contas mais populares do Twitter no Brasil: mais de 1.900 pessoas a seguem. Mas poucas empresas conseguiram despertar seu interesse. "Muitas ainda não sabem como usar, publicam coisas que interessam a elas, e não ao usuário", comenta.

A única experiência positiva com um Twitter corporativo, segundo Bia, foi no ano passado. A paulistana acompanhou a conta do portal Terra, do grupo Telefônica, que promovia um evento em São Paulo. Por meio de um microblog, a empresa informava sobre as condições de trânsito e disponibilidade de ingressos. "A prestação de serviço é uma boa alternativa às companhias", diz Bia.

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